Dia Mundial da Contracepção é convite para se falar em planejamento familiar

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Comemorado no dia 26 de setembro, a data lembra a importância de assegurar a todos o acesso aos métodos contraceptivos

Conhecer métodos contraceptivos, ter acesso a eles e saber usá-los corretamente pode mudar o destino das pessoas. No entanto, a falta de informação clara quanto ao funcionamento dos métodos e as dificuldades de obtenção desses recursos continuam sendo responsáveis por grande parte dos casos de gravidez não desejada em todo o mundo. Somente no Brasil, se estima que 20% da população não usa qualquer método contraceptivo e que 55% dos casos de gravidez acontecem sem qualquer planejamento.

Estabelecido em 2007, o Dia Mundial da Contracepção tem o objetivo de celebrar e aumentar o conhecimento da população sobre o direito humano à contracepção e permitir que todos possam fazer escolhas conscientes sobre a sua saúde sexual e reprodutiva.

Esse direito, afirmado na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento em 1994, se reflete na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Ela prevê, de forma expressa, o monitoramento global da “proporção de mulheres em idade reprodutiva (de 15 a 49 anos) que têm a necessidade de planejamento familiar satisfeitas com os métodos modernos”.

No Brasil, o dia 26 de setembro é abraçado pelo IPFAM – Instituto Planejamento Familiar, que escolheu o Dia Mundial da Contracepção como marco oficial de início das suas operações. “Existem várias leis e programas que promovem a informação e o acesso a meios contraceptivos no Brasil. Apesar disso, há falhas no entendimento sobre os métodos, sobre a sua utilização e sobre os direitos envolvidos”, afirma Ana Clara Polkwoski, fundadora do IPFAM. “É neste contexto que estamos trabalhando. Fazendo a informação correta chegar a quem precisa, através das redes sociais e de outros meios da comunicação digital”, pontua Lilian Leandro, também fundadora do IPFAM.

Um estudo de 2014 avaliou que o Brasil gasta R$4,1 bilhões anuais com casos de gravidez não planejada, entre nascimentos e complicações de saúde decorrentes em mães e filhos[1]. Em 2019, o Instituto Guttmacher também demonstrou que cada real investido em programas de planejamento familiar, resulta na economia de 3 reais em custos com gestações que poderiam ter sido evitadas[2]. “Falar em contracepção e em planejamento familiar impacta tanto a vida dos indivíduos quanto é um caminho para a transformação do Brasil dos próximos anos”, afirma Lilian.


[1] “The burden of unintended pregnancies in Brazil: a social and public health system cost analysis” Le, Bahamondes, Cecatti et al.Int J Womens Health, 2014 , disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4106956/

[2] Sully EA et al., Adding It Up: Investing in Sexual and Reproductive Health 2019, New York: Guttmacher Institute, 2020, https://www.guttmacher.org/report/adding-it-up-investing-in-sexual-reproductive-health-2019


[1] “The burden of unintended pregnancies in Brazil: a social and public health system cost analysis” Le, Bahamondes, Cecatti et al.Int J Womens Health, 2014 , disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4106956/

[2] Sully EA et al., Adding It Up: Investing in Sexual and Reproductive Health 2019, New York: Guttmacher Institute, 2020, https://www.guttmacher.org/report/adding-it-up-investing-in-sexual-reproductive-health-2019